Foot of the Mountain

A medida em que a gente envelhece, a gente vai ficando nostalgico, mesmo se a época que suscita a nostalgia não foi la um mar de rosas.
A musica dos anos 80 e 90 -- minhas infância e adolescência -- tem esse efeito sobre mim (discutir as razões disso seria assunto para um outro post).

Dentre as bandas que conheceram seu apogeu nesta época, o A-ha tem um lugar garantido na minha lista de prediletas. Quase todo mundo conhece os grandes hits deles, nesta época. Alguns dos mais famosos são Take on me, The sun way shines on TV, You are the one, Move to Memphis, Crying in the rain (essa é da propaganda do chocolate Laka !). Depois de um hiato na segunda metade da década de 90, os três integrantes retomaram o grupo e lançaram, até o presente, 3 albuns : Minor Earth, Major Sky (2000), Lifelines (2002) e Analogue (2005).

A obra do A-ha têm uma caracteristica que eu considero essencial em arte -- seja em musica, cinema ou literatura : cada album tem sua "cara", um estilo proprio, mas sem que a banda perca a identidade. Dito de outra forma, a banda cria estilos dentro do seu estilo, de modo que ela se torna identificavel por cada um dos seus CDs, sem entretanto se tornar repetitiva. Assim, considerando os albuns desta "segunda fase" da banda, Minor Earth, Major Sky é um album mais sobrio e melodico ; Lifelines é essencialmente eletrônico ; Analogue é um mix destas duas tendências... Foi o proprio Chris Martin que disse em publico, inumeras vezes, que o A-ha é uma das fontes de inspirações mais significativas para o Coldplay. O proximo album deles chama-se Foot of the Mountain, disponivel a partir de 19 de junho proximo. Segundo uma entrevista dada recentemente pelo vocalista Morten Harket, FotM se caracteriza pelo retorno ao synth-pop tão explorado pela banda no inicio da carreira. O primeiro single, homônimo ao album, tem uma capa bastante, digamos, charmosa. E a ponte que se vê na foto é brasileira ! Trata-se da Ponte Octavio Frias de Oliveira, em São Paulo, localizada perto do Hotel Hilton, onde eles se hospedaram recentemente na ocasião de um show -- homenagem no minimo justa, ja que uma fração nada, nada pequena dos fans do A-ha são brasileiros.


A capa do album é mais intrigante : mostra uma montanha, ok até ai. Mas uma montanha de quê ? De neve ? De lixo ? De espuma ? Ou são apenas traços surrealistas aleatorios ? Sera que ouvir o album ou ler as letras das canções dara pelo menos uma indicação da resposta ? Aguardar para ver...

1. The Bandstand
2. Riding The Crest
3. What There Is
4. Foot of the Mountain -- CLIQUE PARA OUVIR
5. Real Meaning
6. Shadowside
7. Nothing Is Keeping You Here
8. Mother Nature Goes To Heaven
9. Sunny Mystery
10. Start The Simulator

MILLENIUM

Considerado um dos maiores sucessos literarios da década, vendido a mais de 10 milhões de exemplares nos cinco continentes, o primeiro volume de MILLENIUM (Os homens que não amavam as mulheres) vai estrear nas telas agora em maio. A trilogia MILLENIUM é de autoria do jornalista e escritor sueco Stieg Larsson, que infelizmente faleceu de um ataque cardiaco fulminante, em 2004 pouco depois de entregar à sua editora o terceiro volume da série. Mesmo se as criticas sobre o filme (do diretor dinamarquês Niels Arden Oplev, com atores suecos) são bastante otimistas, eu ja me preparei psicologicamente para me decepcionar no cinema, pois isso invariavelmente acontece (o caso "classico" mais recente é O codigo Da Vinci).

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O ponto de partida da trama é Henrik Verger, o velho patriarca da riquissima familia Verger, que jamais se conformou com o desaparecimento, 40 anos antes, de sua sobrinha predileta, Harriet Verger. Desde entao, Henrik recebe pelo correio todos os anos, no dia do aniversario de Harriet, uma flor desidratada e emoldurada. Convencido de que ela fora assassinada - e de que um membro da familia é o assassino e remetente das flores - ele decide enfim pôr fim ao mistério que o atormentou a vida toda e contacta o jornalista Mikaël Blonkvist para investigar o desaparecimento da sobrinha. Mikaël, que acabara de perder injustamente um processo contra o corrupto industrial Winneström, teme pela credibilidade de sua revista, MILLENIUM, além de estar pessoalmente frustrado com a manipulação que existe nos bastidores do jornalismo. Henrik, além de pagar-lhe uma sedutora soma em dinheiro, lhe promete provas que permitirão dar uma reviravolta no processo e condenar Winneström, caso o mistério do desaparecimento de Harriet seja resolvido. Este ultimo elemento convence Mikäel a aceitar a proposta. As circunstâncias farão com que ele acabe por cruzar o caminho de Lisbeth salander, uma jovem punk, associavel, com um passado misterioso e... uma das maiores hackers do planeta. Lisbeth é um personagem fascinante, que vai se tornar um elemento central na saga MILLENIUM. Juntos, os dois vão logo se dar conta de que suas investigações vão contra o interesse da maioria dos membros do clã Verger. E que, para desvendar os horrores escondidos na familia, suas vidas serão postas seriamente em risco.


MILLENIUM possui os ingredientes essenciais dos grandes thrillers (ação e suspense), é escrito de maneira super agradavel e cativante, além de ser super bem documentado, o que confere um grande realismo à historia. Infelizmente, a quantidade de livros estrangeiros traduzidos e editados no Brasil, tirando os blockbusters comerciais, é muito pequena, mesmo infima, se comparada com a diversidade que a se pode encontrar em livrarias estrangeiras. Assim, nos meus 4 anos morando na França, eu devo ter lido mais de uma centena de livros - a maioria excelente - incluindo romances franceses (naturalmente...), japoneses, russos, tchecos, espanhois e dos paises nordicos, notadamente Islândia e Suécia. Para quem tem prazer em saborear um bom livro, recomendo, sem pestanejar, descobrir a trilogia MILLENIUM, cujos dois primeiros volumes milagrosamente sairam no Brasil (pela Cia. das Letras).

(ADENDO DO DIA 21 DE MAIO : Vi o fime hoje e, surpresa... excelente ! Bastante fiel ao livro e super bem realizado !)